Passo Fundo terá atendimento oftalmológico a distância
Programa lançado ontem (10) pelo governo do Estado busca reduzir as filas. De acordo com a Secretaria de Saúde, ainda não há previsão de funcionamento do consultório no município.
Fonte: O Nacional
Passo Fundo será
contemplado com um dos consultórios do projeto Teleoftalmo - Olhar Gaúcho, do
governo do Estado . O programa, lançado nesta segunda-feira (10), busca
agilizar o diagnóstico de oftalmologia e reduzir a fila de espera por consultas
especializadas. Atualmente, em Passo Fundo, a fila de espera por uma consulta
na área é de aproximadamente um ano e três meses, de acordo com o secretário de
Saúde do Município, Luiz Artur Rosa Filho.
Hoje, são disponibilizadas em média de 540 consultas
por mês, variando de acordo com os dias úteis de cada mês. O quadro de pessoal
conta com 18 médicos oftalmologistas, conforme dados da 6ª Coordenadoria
Regional de Saúde (CRS). Com a instalação do projeto, a expectativa é que sejam
realizadas mais 528 consultas por mês, totalizando mais de mil. “A gente tem
uma expectativa de que vai haver uma melhora importante com talvez até o fim da
fila de oftalmologia. A gente quer diluir essas filas que retardam o
atendimento. Entendemos que essas propostas de inserção tecnológica são o
futuro do cuidado em saúde pública”, pontuou Rosa Filho.
O atendimento, em Passo Fundo, deverá ser na UBS do
Parque Farroupilha. A unidade foi a escolhida para sediar o projeto por estar
de acordo com as exigências da proposta. De acordo com a secretaria de Saúde,
ainda não há previsão de funcionamento do consultório no município. O Hospital
Moinho de Ventos, de Porto Alegre, irá custear a reforma da sala, instalar os
aparelhos e treinar a equipe que vai aplicar o procedimento com os pacientes.
Como funciona
O médico do posto de saúde envia sua solicitação via
Plataforma de Telessaúde (www.plataformatelessaude.ufrgs.br), e a equipe do
TelessaúdeRS-Ufrgs efetua o agendamento com o paciente. O exame é realizado
remotamente pelos oftalmologistas do projeto, com apoio presencial da equipe de
enfermagem.
O paciente já sai com o resultado da avaliação
impresso. O laudo também é enviado pela Plataforma de Telessaúde para o médico
solicitante, com recomendações de conduta. Diante da necessidade de lentes corretivas,
os óculos serão fornecidos sem custo ao paciente, confeccionados por ótica
contratada pelo projeto por tomada de preço. Para o telediagnóstico, os
pacientes passarão pelos seguintes exames: teste de acuidade visual, refração,
medida da pressão intraocular, avaliação de pálpebras, da motilidade ocular e
dos reflexos pupilares e documentação do segmento anterior e do fundo do olho.
A avaliação inclui exame síncrono, em que o médico oftalmologista comanda o
equipamento médico a distância, ao mesmo tempo em que acompanha tudo o que
acontece nas salas por câmera robotizada de alta resolução.
Sobre o projeto
O projeto Teleoftalmologia como Estratégica de Atenção
Integral à Saúde Ocular faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Ao total, serão oito
consultórios remotos em Porto Alegre, Farroupilha, Pelotas, Santa Cruz do Sul,
Santa e Santa Rosa. A iniciativa, com investimento de R$ 10 milhões, é
resultado da parceria do governo do Estado, Ministério da Saúde, Hospital
Moinhos de Vento, TelessaúdeRS-Ufrgs e prefeituras. O Estado participa com o
TelessaúdeRS, a contratação dos médicos oftalmologistas e a mediação com os
municípios, para a instalação dos consultórios remotos.
A ideia é reduzir o volume de consultas especializadas a partir da
avaliação dos casos em espera, classificando o que pode ser resolvido à
distância e quais casos exigem consulta presencial. O projeto Teleoftalmo
atenderá crianças a partir de oito anos e adultos, com qualquer dificuldade de
visão.
Lançamento
A solenidade de lançamento ocorreu no no Hospital
Restinga e Extremo-Sul. Na ocasião, o governador José Ivo Sartori, reiterou o
compromisso do Estado em melhorar o atendimento de saúde à comunidade. Sartori
também disse que esse é um passo a mais na modernização e na construção de um
novo Estado, que cuida das pessoas que mais precisam. "Estamos
determinados em ofertar melhores serviços nas áreas essenciais. Ainda há muito
a fazer, mas estamos no caminho para a construção do Estado e do futuro que
queremos", garantiu Sartori.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou que vai lutar, junto ao
Conselho Federal de Medicina, para que sejam autorizadas teleconsultas prévias
para outras áreas, com o intuito de reduzir o direcionamento para especialistas
quando não há necessidade. "É nossa obrigação como SUS ampliar o acesso e
permitir que as pessoas tenham mais atendimento. O ideal é que o atendimento
seja integral como se propõe aqui", afirmou.
"O futuro da medicina chegou ao Sistema Único de Saúde",
disse o vice-coordenador geral do TelessaúdeRS, Roberto Nunes Umpierre. Segundo
o coordenador, no Rio Grande do Sul há uma fila de mais de 15 mil pessoas
aguardando uma consulta na área da saúde ocular, sendo a média de espera de um
ano. "Precisamos ajudar a reduzir, junto com os governos, a fila de espera
por consultas especializadas", garantiu.
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