Operação Saúde: Medicamentos enterrados podem comprovar fraude

Na manhã desta segunda-feira (30), policiais do Pelotão Ambiental de Passo Fundo voltaram à fazenda, às margens da barragem do Rio Passo Fundo, para retirar os últimos 70 quilos de remédios. Na sexta-feira já haviam sido desenterradas sete toneladas. Foi preciso utilizar uma retroescavadeira cedida pela prefeitura de Campinas do Sul para procurar o local em que teriam sido enterrados e várias tentativas foram feitas até localizar o material.

Conforme o major Eliel de Souza Roque, comandante do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar de Passo Fundo, os remédios, encontrados ainda dentro das embalagens, estavam em bom estado de preservação, o que prova que teriam sido enterrados recentemente. A maior parte deles estava vencida ou próximo da data de validade.

A área é propriedade de Alberto Follador, sócio das empresas Dispromed e Diprolmed de Erechim, e irmão de Adriano Follador, preso durante a operação. O material foi retirado do local e levado para um centro de coleta de resíduos em Passo Fundo, até que seja encaminhado para perícia. Se houver ligação com o caso de fraude na venda de medicamentos para prefeituras, o fato pode ajudar a comprovar o crime.

Os proprietários da área também serão responsabilizados por crime ambiental, por haver feito o descarte em local inadequado provocando a contaminação do solo.

A Operação Saúde foi desencadeada pela Polícia Federal após investigações apontarem que distribuidoras de medicamentos situadas em Barão de Cotegipe e Erechim, pagavam propina para servidores municipais e secretários, para vencer as licitações e pregões presenciais para a venda de medicamentos. Os remédios eram comprados a preço mais baixo dos laboratórios, por estarem próximos da data de vencimento e repassados a preços de mercado para as prefeituras.

O dinheiro obtido com a fraude era repartido entre os proprietários e representantes das empresas de venda de remédio e os servidores públicos das prefeituras envolvidas. A Justiça decretou a prisão de 64 pessoas que foram detidas e ouvidas pela Polícia Federal e deverão responder a processo em liberdade.

Fonte: Clic RBS Erechim

Comentários