Agricultores familiares encerram mobilização depois de anuncio de medidas pelo governo

Os cerca de mil agricultores que chegaram a Erechim nesta quarta ( 29) pela manhã para participar da mobilização organizada pelo Sutraf ( Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai ) e a Via Campesina, e que por causa da chuva ficaram reunidos no Seminário de Fátima, decidiram encerrar o movimento no início da tarde, depois de acompanhar o relato dos resultados da audiência em Brasília em que foram anunciadas uma série de medidas relacionadas às dívidas da agricultura familiar. A audiência da Fetraf- Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Sul) com o Secretário Geral do Governo, Gilberto Carvalho, o representante do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt e o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Muller, deu um novo fôlego aos agricultores, na avaliação do coordenador geral do Sutraf, Ari Pertuzatti. “Com as medidas anunciadas, pelo menos o governo abre a possibilidade de negociação”, avaliou.

Entre as medidas anunciadas estão:

- crédito de emergência de R$ 2 mil: o pagamento da dívida que vence este ano foi prorrogado por quatro anos, com o vencimento da primeira parcela em outubro;

- demais dívidas: as contas vencidas ou que vão vencer nos próximos 60 dias, com exceção dos contratos de custeio, foram prorrogadas por mais 60 dias;

-adimplência: todos os agricultores inadimplentes terão seu cadastro liberado para contrair novos financiamentos de custeio;

- grupo de trabalho: o governo garantiu que até o dia 20 de julho vai ser instalado o Grupo de Trabalho que vai fazer o levantamento individual e global das dívidas e apresentar propostas. Os nomes que integrarão o Grupo serão anunciados pela presidente Dilma Rousseff sexta- feira ( 01)em Francisco Beltrão, durante o lançamento do Plano Safra 2011/2012.

Negociações: a maior expectativa dos agricultores é que as negociações avancem a partir da constituição deste grupo de trabalho. Pertuzatti lembra que a proposta da agricultura familiar ainda não foi negociada. Os agricultores querem o perdão da dívida do credito de emergência e a renegociação de todos os financiamentos contraídos antes de 2008 num contrato único, com prazo de pagamento de 10 anos e bônus de adimplência de 30%.

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