Hospital Santo Antônio - Uso da Eletroconvulsoterapia com êxito em pacientes com depressão

. Sentimento de pesar ou fracasso, perda de energia ou interesse, dificuldade de concentração, alteração do apetite e do sono são alguns dos sintomas da depressão. De igual modo a dificuldade de tomar decisões, pessimismo, inquietação, sensação de que nunca vai melhorar, entre outros. Os avanços da medicina e de novos medicamentos minimizaram o sofrimento de significativa parcela das pessoas com a doença, mas a cura continua sendo o grande desafio. Indicada para depressão e casos com risco de suicídio a eletroconvulsoterapia vem sendo utilizada com sucesso entre muitos pacientes. É o que explica o Médico Psiquiatra Albino Julio Scieleski, que desde o mês de maio integra o corpo clínico do Hospital Santo Antônio, no município de Estação. “Atualmente a eletroconvulsoterapia é um dos tratamentos mais eficazes para depressão. Seu uso não possuiu efeitos colaterais, indicados em mulheres grávidas por ser mais seguro para o feto, e recomendado para o uso em idosos”, ensina. Realizado no centro cirúrgico e com o acompanhamento de uma médica anestesista, a aplicação da eletroconvulsoterapia é realizada segundo o profissional com uma voltagem muitíssimo menor, comparada ao uso do choque para animação cardíaca. “As aplicações, que variam de número de acordo com o quadro de cada paciente, é realizado nas têmporas, e consiste num tratamento seguro, com resultados rápidos e de baixo custo”, revela o médico. Graduado em Medicina na Universidade Federal de Pelotas no ano de 1970, Albino Júlio Scieleski é especialista em Psiquiatria pela USP e dentre a trajetória de mais de quatro décadas dedicadas á área da saúde, foi fundador e diretor médico do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes, de Passo Fundo. Ele contou à reportagem que a mesma técnica que vem utilizando no hospital de Estação é aplicada por profissionais em instituições de saúde como o Hospital de Clínicas e o Mãe de Deus, ambos de Porto Alegre. Dos quatro pacientes atendidos na última segunda-feira (28), dois tiveram alta. Ricardo, que iniciou o tratamento no dia 23 de maio foi um deles. O médico conta que do total das doze aplicações, as primeiras foram semanais, e passaram para duas vezes a cada mês e finalmente a cada trinta dias. “Com um quadro avançado de esquizofrenia, o paciente respondeu bem ao tratamento e hoje está recebendo alta”, comentou. Caso idêntico ocorreu com o agricultor Lindonês, que sofre de esquizofrenia há quinze anos. . O Padre Sidimar, irmão do paciente, atesta o sucesso do tratamento realizado desde maio. O religioso, que trabalha no município de Paim Filho, conta que seu irmão chegou a ser internado numa clínica especializada, mas que passado algum tempo a doença voltou. “Ele tentou várias vezes o suicídio, e desde a sexta ou sétima sessão de eletroconvulsoterapia voltou a ter uma vida normal”, disse. A agricultora Inólia, moradora do município de Vila Maria, sofre de depressão desde o nascimento do primeiro filho, há 29 anos. O marido disse que perdeu a conta dos profissionais da área da saúde que atenderam a companheira que usa medicação continua. “Ela tem medo de morrer, ficar só e sair de dentro de casa, mas teve melhora a partir da terceira sessão”, contou. O quadro foi confirmado pela Médica Inês Cesca. “Quando ela chegou para a primeira sessão mal balbuciava e agora conversa normalmente”, revelou a anestesista. Foto: O Médico Albino (E) e o Padre Sidimar, no consultório em Estação

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