Operação Carmelina - Atrás das grades



Depois de ser levado para a PF, ter feito exames no HSVP, ele já está recolhido no Presídio Regional
Nove meses após a operação Carmelina, o homem acusado de aplicar um golpe de aproximadamente R$ 100 milhões e ter lesado cerca de 30 mil pessoas, acionistas da extinta CRT, está atrás das grades. O advogado Maurício Dal Agnol, que chegou a figurar na lista de procurados da Interpol, foi preso no início da noite de segunda-feira, pela Polícia Federal. Contra ele havia dois mandados de prisão preventiva expedidos pela juíza da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo, Ana Cristina Frighetto Crossi, por falsificação de documento público (fraudar alvarás), e porte ilegal de arma, referentes a dois processos em andamento na PF. Por volta de 22h30, ele foi levado ao Presídio Regional de Passo Fundo onde deve ficar em cela separada por ter diploma de curso superior.

As suspeitas de que Dal Agnol estaria planejando fugir do Brasil fizeram com que Ministério Público e PF agissem rapidamente. Os passos do advogado, cujo registro está cassado pela OAB, vinham sendo monitorados nos últimos dias. Antes da prisão, ele já havia se apresentado no fórum de Passo Fundo como vem fazendo desde junho, quando teve a prisão preventiva revogada e retornou dos Estados Unidos para o Brasil.

Assim que saiu de seu escritório ontem, no bairro Petrópolis, tripulando uma caminhonete Range Rover passou a ser seguido pelos policiais. A abordagem, comandada pelo delegado Mário Luiz Vieira, ocorreu por volta das 18h40min, na rua Fidêncio Franciosi, próximo da Prefeitura. Em poder do advogado havia uma mochila com aproximadamente R$ 200 mil em dinheiro, três cheques, juntamente com anotações de nomes e valores. Na lista está incluído um dos maiores juristas do país. Também havia três aparelhos celulares com diferentes chips, tablets, e o passaporte americano com visto regular. “Não conheço nenhuma pessoa que anda com o passaporte no bolso sem ter a intenção de viajar. A quantidade de dinheiro e o passaporte só comprovam nossas suspeitas” disse o delegado Mauro Vinícius Soares.

A prisão de Dal Agnol reuniu alguns curiosos em frente ao prédio da Polícia Federal. Ele foi levado no bagageiro de seu próprio veículo. Assim que soube da notícia, o advogado de uma das vítimas fez questão de ir até lá para conferir. “Vim ver de perto o que será feito com ele” disse, sem se identificar. A mãe de Dal Agnol também compareceu na delegacia, mas saiu chorando acompanhada dos advogados de defesa.
FONTE: O NACIONAL

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