Cenário e Perspectiva da Saúde no Brasil em pauta no Café com Política da Unimed

Diretor do Instituto Unimed RS e presidente da Unimed Erechim, Alcides Mandelli Stumpf afirmou que os avanços vão numa velocidade maior do que se pode acompanhar

 
Dr. Vecina, Dr. May, Dr. Stumpf, Dr. Gabbardo e Dr. Cantalice.
 
Foto: Divulgação/Unimed RS

O tradicional Café com Política da Unimed, realizado no dia 14 de agosto na sede da Federação Unimed/RS em Porto Alegre abordou o tema “Cenário e Perspectiva da Saúde no Brasil”

Para falar sobre o assunto, o convidado foi o médico Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Compuseram a mesa de debates o presidente da Unimed/RS, Nilson Luiz May, o diretor administrativo do Instituto Unimed e presidente da Unimed Erechim, Alcides Mandelli Stumpf, o secretário da Saúde do RS, João Gabbardo do Reis, e o presidente da Associação Médica do RS (AMRIGS), Alfredo Floro Cantalice.

Para Vecina Neto, a situação econômica do país vem piorando nas últimas semanas. “Como superintendente de um hospital privado, estou esperando o momento em que vou começar a mandar gente embora e fechar leito”, confidencia ele. Ao compartilhar sua visão de que “o cenário hoje é desastroso”, afirmou que o desafio da saúde privada no Brasil, que ainda desfruta de certa estabilidade, é “não dar um passo maior do que a realidade permite dar”, no sentido de “gerenciar a capacidade de atender a demanda sem perder a capacidade de gerenciar os custos fixos” e ainda garantir sobras para investimentos. Nesse quesito, segundo ele, o maior impacto da crise financeira é a alta do dólar, que dá sinais de que chegará aos quatro reais até o final do ano, e que refletirá diretamente nos preços da tecnologia, já elevados via de regra.

“A partir da metade de 2016, os reflexos da inflação se farão sentir”, declara o médico, para quem “o grande problema será reestabelecer a confiança dos empresários e da população, numa economia que ande pra frente”. Ainda assim, ele diz acreditar que a crise não durará mais que um ano, tendo em vista as condições positivas do país no que diz respeito às reservas energéticas e à exportação de carne e grãos.

Independentemente do cenário econômico, o setor de saúde, público e privado, precisa se posicionar frente às mudanças que vem ocorrendo, como aumento da longevidade e das doenças crônicas, a queda na natalidade, e a judicialização. O investimento na medicina baseada em evidências, a criação de câmaras de consulta para o Judiciário, a verticalização e o desenvolvimento de projetos de Atenção Integral à Saúde são alguns dos caminhos apontados.

O presidente da Unimed/RS Nilson May lembra que, ao quadro descrito pelo superintendente do Sírio-Libanês, soma-se a questão da chamada medicalização, estimulada pela facilidade de acesso a informações na internet. “Hoje nós notamos a questão do grande professor Google e o que isso traz a nós médicos e administradores. É algo mais complexo que podemos imaginar”.

Já Alcides Mandelli Stumpf, diretor do Instituto Unimed RS, retomou a questão da tecnologia, dizendo que a sensação é que os avanços vão numa velocidade maior do que se pode acompanhar. Para ele, é fundamental fazemos um uso racional de todos os recursos à disposição: “estamos num momento extremamente acelerado de tudo. Desta forma precisamos estar atentos o tempo todo. Hoje os gestores de saúde, tanto no setor público como privado, precisam estar focados em tempo integral. A gestão se faz cada vez mais imperiosa, desde as pequenas ações, para os resultados serem em momentos de crise, pelo menos satisfatórios”, salientou Dr. Alcides.  

O palestrante Vecina Neto concluiu com a seguinte colocação: “o futuro não está escrito. O futuro somos nós que faremos. Nós temos que tentar desenhar o futuro que nós queremos. Precisamos ter a consciência de que isso é possível”, concluiu.

 

Promovido pelo Instituto Unimed/RS, o Café com Política tem 13 anos de história e, tradicionalmente, conta com a presença de lideranças de todo o Estado. Sua proposta é sempre convidar personalidades que posam trazer à luz temas como política, economia e filosofia, a fim de estimular a troca de ideias.

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