Cavaleiros do Mercosul visitam Cemitério do Combate, em Erebango

    O grupo cultural e tradicionalista Cavaleiros do Mercosul foi recebido, no último dia 24, pelo prefeito de Erebango, Valmor Tomazini (PPS). Eles fizeram o trajeto à cavalo entre Passo Fundo e Erebango, para visitarem o Cemitério do Combate.
     Tombado pelo governo municipal como patrimônio histórico e cultural, o Cemitério do Combate está entre os mais importantes pontos turísticos da região Norte do RS. A valorização da história local pode ser mensurada pela preservação do local, que recebe periodicamente o corte de grama, pintura, bandeiras do Brasil, do RS e do município, além dos lenços vermelho e branco fixados no pórtico.
     As visitas no local são realizadas ao longo do ano por estudantes, tradicionalistas, pesquisadores e turistas, mas se intensificam no mês de setembro. No próximo dia 13, o combate ocorrido no local entre as tropas revolucionárias, comandada pelo general Felipe Nery Portinho, e governistas do coronel Vitor Dumoncel Filho, vai completar 96 anos.
      A Revolução de 1923 foi a última guerra civil ocorrida no RS. O conflito entre os opositores de Borges de Medeiros, que ocorreu após a quinta reeleição do governador, iniciou em janeiro e encerrou em dezembro, quando da assinatura do Tratado de Pedras Altas. Borges de Medeiros concluiu o mandato e a Constituição Estadual foi modificada, suprimindo a reeleição.

CEMITÉRIO DO COMBATE
(Autor: Ervino Zinke)
Cemitério muito velho, abandonado,
Que só a estrada passa ao lado,
Onde só existem finados.
Este velho Cemitério não é do tempo do império.
Onde muitos heróis tombaram em batalhas de ferro quente,
Morreram muitos gaúchos valentes, que hoje nem são lembrados.
Este velho campo santo, rodeado de capim,
Que a noite é visitado por tatu e graxain.
Só no dia de finados que você é lembrado,
Por alguns velhos parentes de nossos antepassados.
Aquela velha cruz de ferro,
Aquela placa de bronze,
Recordam Maragatos e Chimangos
Que vieram nem sei de onde.
Naquelas coxilhas verdes era só bala que tinia e
Relinchos de bagual por ver o sangue que escorria.
Foi em 13 de setembro e no ano vinte e três
Lenço branco e colorado se encontraram desta vez,
Com fuzis e baionetas.
Mas ninguém queria o empate,
É por isso que se chama
CEMITÉRIO DO COMBATE.




Comentários