Estiagem reduz estimativa da safra de verão no Alto Uruguai


Dos 50 municípios de abrangência administrativa do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, em apenas 12 não choveu nos últimos 20 dias. A média da semana, na região (período entre 16 e 23 de janeiro), foi de 21,2mm (registradas na sede dos municípios). A chuva amenizou a situação, mas os pedidos de Proagro (seguro agrícola que cobre 100% do créditos. O Proagro ainda cobre até 65% da renda estimada até R$ 3,5 mil) aumentaram e já totalizam, até o momento, 1.500 solicitações na região, conforme informativo conjuntural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar Erechim. O nível de rios e fontes estão abaixo do normal, mas houve uma recuperação da vazão em virtude das chuvas ocorridas nestes primeiros vinte dias de 2012. As chuvas ocorridas neste período também estabilizam as perdas nas lavouras da safra 2011/2012.

A lavoura de soja, com área de plantio estimada em 361.735 ha, neste último levantamento semanal, baixou para 347.644,38 ha de área plantada, com uma produtividade estimada, em média, de 2.507,85 kg/ha. A redução prevista é de 16,86% na produtividade. “Deverá haver estabilização dos prejuízos em virtude das chuvas registradas no mês de janeiro”, avalia o assistente técnico regional na área de culturas, Paulo Silva. A cultura está com 50% em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, 45% na fase de floração e 5% na fase de enchimento de grãos.

Segundo o informativo da Emater/RS-Ascar de Erechim, também há expectativa de redução de produtividade na lavoura de milho para 3.675,65 kg/ha, representando 40,59%. A área de plantio, estimada em 141.854 hectares na região, segundo levantamento, está com 132.675,90 ha plantados. “As perdas estimadas variam conforme o município, e também, dentro da área do próprio município. As chuvas que ocorreram não recuperam as perdas já dimensionadas mas deve estancar os prejuízos nos níveis atuais”, observa Paulo Silva.
A estiagem também afetou a lavoura de feijão na região, onde também há redução na estimativa inicial de produção nesta primeira safra. A produtividade inicial de 1845kg/ha, não deve ser atingida devido a falta de chuvas consistentes. A revisão da estimativa reduz para de 1.143,45kg/ha, representando uma redução de produtividade de 36,3 %. O feijão está com 10% na fase de enchimento de grãos, 25% maduro e por colher e 65% colhido.
Situação das criações
As chuvas ocorridas na última semana foram esparsas e de intensidade variável, de 4 a 55 mm, no entanto, devido a chuva generalizada do dia do dia 13 de janeiro, de 45 a 105 mm, os solos possuem umidade suficiente para proporcionar o desenvolvimento das pastagens, de acordo com o levantamento do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar. Por isso, melhorou um pouco a oferta de pasto para os animais. Em muitas propriedades o abastecimento de água para os animais e consumo humano está sendo feito através de caminhões pipas. “Os produtores, de modo geral, tiveram dificuldades para fazerem silagem de milho e armazenaram pouca quantidade de silagem. Assim, haverá pequena quantidade de alimentos volumosos conservados a serem fornecidos aos animais e como consequência aumento no uso de alimentos concentrados (rações e/ou farelos). Esta dieta alimentar onera o custo de produção”, avalia o agrônomo e gerente regional Valmir Dartora que também é responde pela área de bovinocultura de leite. No período, os preços por litro de leite recebidos pelos agricultores variaram de 0,58 a 0,92.
Na área de suinocultura, os produtores estão preocupados com a baixa quantidade de milho disponível para comercialização na região. Atualmente, o milho está sendo vendido para os produtores no valor de R$ 29,00 a 33,00/saca, o kg do farelo de soja de R$ 0,85 a 1,25 e o preço do kg de suíno de R$ 2,30, para os produtores integrado. Nos últimos meses houve um acréscimo no retorno econômico obtido com o desenvolvimento da suinocultura, porém os produtores estão preocupados com os preços dos insumos.

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