Excesso de chuvas atrasa plantio da lavoura de trigo na região do Alto Uruguai

O excesso de chuvas no mês de junho e a alta umidade prejudicaram o plantio das lavouras de inverno na região do Alto Uruguai. O volume de chuvas em Erechim no mês atingiu 651mm, com média de chuvas na região de 435 mm, não permitindo a evolução do plantio, conforme levantamento do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim. Na região, a lavoura de trigo está com 54% da área semeada, sendo que em anos anteriores, neste mesmo período, a área plantada era superior. A previsão de aumento de área cultivada em 20,26 % pode não se confirmar já que o atraso no plantio do cereal pode ter consequência no plantio da soja. As chuvas afetaram a germinação e o “stand” da lavoura o que ocasiona redução na produtividade. O tempo úmido e com pouca luminosidade favorece a presença de doenças como oídio e viroses.
A lavoura de cevada também foi atingida pelo excesso de chuvas e alta umidade, principalmente dos últimos 20 dias. A expectativa de aumento de 5 % em relação ao ano anterior que foi de 5.728 hectares permanece.
Em relação ao cultivo do feijão (2ª safra) com área de cultivo estimada em 1.663 hectares, a produtividade esperada é de 1.813 kg/ha. A colheita está encerrada, mas a umidade poderá afetar a qualidade do grão do feijão.

Situação das olericulturas
As chuvas também prejudicaram o desenvolvimento das olericulturas, com estimativas de perdas em média de 20 a 30%, o que poderá diminuir a ofertas de produtos como alface, cenoura, beterraba, couve-flor, conforme levantamento do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar Erechim .Os municípios de Erechim e Getúlio Vargas são os que mais produzem.

Situação das Criações

Apicultura: As condições climáticas também não foram favoráveis para a atividade apícola. Os apicultores ainda estão retirando melgueiras, reduzindo alvado incluindo divisores de espaço na colmeia e principalmente incluindo sobre teto no sentido de diminuir os espaços a serem aquecidos e facilitar a passagem deste período ruim para as abelhas. As chuvas continuadas, ainda de acordo com levantamento da Emater, prejudicaram ainda o processo de alimentação, já que impediram o acesso às colmeias. As chuvas continuadas reduziram a quantidade de alimento disponível na colmeia, o que deverá ampliar significativamente o número de colmeias a ser alimentado nos próximos dias. Existe no mercado boa oferta de mel também boa procura pelo produto. O mel foi comercializado na semana a preços, que variam entre R$ 7,50 e 10,00 R$/kg na venda direta ao consumidor, já para vendas no atacado, está cotado a R$ 5,50 e 6,50.

Piscicultura: Outra atividade atingida pelo excesso de chuva é a piscicultura regional. De acordo com levantamento do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, um grande número de açudes trasbordou e outros romperam a taipa. Prejuízos que deveremos quantificar melhor nos próximos dias. A renovação excessiva da água do açude também prejudicou a oferta de alimentos naturalmente produzidos pelos açudes o fito e zooplanctum. Os produtores reduziram a alimentação e adubação dos açudes e aguardam as condições ambientais melhorarem, e assim voltar a alimentar os peixes e adubar os açudes.

Bovinocultura de leite: Na última semana choveu 467 mm e no mês 651 mm, tendo por base o pluviômetro localizado no Escritório Regional de Erechim. Devido ao volume de chuvas os solos ficaram excessivamente úmidos e sofreram fortes danos nos locais de deslocamento dos animais e nas áreas de pastejo. Em muitas propriedades as áreas de pastagens localizadas na parte baixa e próximas aos rios foram alagadas. Como consequência, estima-se perda de 10 a 15% na produção de leite. Para complementar a alimentação dos animais, além das pastagens os produtores estão utilizando silagem, feno, grãos, farelos e ração. No período, os preços por litro de leite recebido pelos agricultores variaram de R$ 0,65 a R$ 0,90.

Suinocultura: O número de matrizes e animais para terminação permanece estável de acordo com as empresas que atuam com suínos na região. O milho na região está sendo comercializado de R$ 23,00 a 27,00 por saca, o kg do farelo de soja de R$ 1,30 a R$ 1,70 e o kg do suíno vivo R$ 3,00. Os produtores continuam satisfeitos com o retorno econômico obtido com a atividade.

Municípios
Os municípios da região estão, na maioria decretando ou pensando em decretar situação de emergência, seja baseado nas perdas da agropecuária que, ainda estão sendo quantificadas, ou nos danos causados em estradas municipais e das propriedades rurais, pontes e pontilhões que foram levados pelas águas. As temperaturas variaram entre os 5ºC e os 23ºC.


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