Tortelli critica anúncio de deslocamento de brigadianos do Interior para a Capital
O deputado
estadual Altemir Tortelli participou, nesta segunda-feira, 20, na Assembleia
Legislativa, da audiência pública da Comissão Especial de Segurança sobre o
aumento de homicídios no Rio Grande do Sul. Na atividade, o parlamentar
criticou o anúncio do Governo do Estado, feito pelo secretário-adjunto da
Segurança, de que cerca de 400 brigadianos do Interior serão deslocados para a
Região Metropolitana de Porto Alegre.
Conforme
Tortelli, é um grande erro aprofundar o esvaziamento das forças policiais
localizadas nos pequenos municípios, onde as pessoas estão “desesperadas” com o
aumento da criminalidade e a falta de efetivo. O deputado citou os casos recentes
de assaltos simultâneos a instituições bancárias que geraram pânico nos
municípios de Maximiliano de Almeira e Miraguaí.
“A situação da
segurança no Interior gaúcho já está caótica, e agora o Governo do Estado
anuncia que mais policiais sairão de seus postos para cobrir a Capital”,
criticou o deputado, referindo-se ao anúncio do secretário-adjunto de Segurança
Pública, Jorge Soares, durante a audiência. “Nós já estamos abandonados no
Interior, praticamente sem policiamento. Se isso for concretizado, vamos ver a
bandidagem tomar conta dos pequenos municípios”, alertou Altemir Tortelli.
Debate
evidencia contradições do Governo
No debate
sobre o aumento de homicídios no Rio Grande do Sul, realizado justamente após o
final de semana que contabilizou 40 assassinatos, foram destacadas diversas
medidas para conter a crise da Segurança no Estado. Os participantes
ressaltaram a necessidade de construção de mais presídios para suprir o déficit
prisional, a mudança no modelo das unidades carcerárias, mais investimentos e a
ampliação do número de servidores nas forças de segurança (Brigada Militar,
Polícia Civil, Susepe e IGP).
Para Tortelli,
todos esses aspectos são fundamentais para diminuir a violência no Estado, mas
o Governo do Estado tem feito exatamente o contrário. O parlamentar lembrou
que, desde que assumiu em 2015, o Governo Sartori ainda não finalizou o
Complexo Prisional de Canoas, que deverá proporcionar a abertura de 2.400 novas
vagas, cujas obras chegaram a 96% de conclusão no Governo Tarso.
Sobre a falta
de efetivo, o deputado também criticou a demora de cerca de dois anos do atual
governo para chamar os novos servidores que passaram em concurso durante a
gestão anterior.
Ainda dentro
das contradições no que diz respeito à forma como o Governo Sartori conduz a
área de segurança pública, Tortelli mencionou a vinda do presídio federal para
o Estado, já acertada com o Governo Federal, que segue o modelo ultrapassado de
presídios de grande porte e que abrigará presos de fora do Rio Grande do Sul.
“Não é de se
estranhar que vivemos uma das piores crises na segurança pública do Rio Grande
do Sul, tendo um Governo que faz justamente o contrário do que recomendam os
especialistas da área”, considera Tortelli.
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