STF suspende processos criminais contra Dal Agnol
O ministro Marco Aurélio acatou, através de liminar, o habeas corpus em que a defesa sustenta o impedimento de dois juízes.
Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), todos os processos criminais que tramitam contra o advogado Maurício Dal'Agnol estão suspensos. O ministro Marco Aurélio acatou, através de liminar, o habeas corpus em que a defesa sustenta o impedimento de dois juízes, titular e substituto da 3ª Vara de Execuções Criminais, (VEC), da Comarca de Passo Fundo.
A justificativa é de que ambos teriam interesse direto
na causa. Em razão disto, estariam impedidos de conduzir os processos. No caso
da atual titular da VEC, juíza Ana Cristina Frighetto, a defesa alega que a
magistrada é cliente de Dal'Agnol em ação judicial contra a Brasil Telecom, que
tramita na 17ª Vara Cível do Foro de Porto Alegre. Em relação ao impedimento do
juiz, à época substituto, Orlando Facchini Neto, a justificativa é de que a
sogra do magistrado é sócia de um escritório cliente de Dal'Agnol. Outro
argumento é de que a esposa do
magistrado trabalhou no escritório de Dal'Agnol.
Os advogados já haviam ingressado com pedido de
afastamento dos magistrados, mas a liminar acabou negada em primeira instância e,
posteriormente, pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Com a decisão, os dois processos-crime, um por apropriação indébita e
outro por formação de quadrilha, além de todos os demais processos conexos
(cerca de 26) que tramitam na 3ª Vara de
Execuções Criminais estão suspensos. A liminar envolve também o processo que
resultou na condenação, em primeiro grau,
de Dal'Agnol a uma pena de 8 anos de reclusão pelos crimes de
receptação, porte ilegal de arma de fogo e munições de uso restrito. Esta
sentença foi proferida pela juíza Ana Cristina Frighetto em junho deste ano.
Além da pena em regime semiaberto, a condenação previa pagamento de multa. A
defesa recorreu da decisão.
O STF deve encaminhar o processo para o Ministério
Público Federal, que por sua vez, o encaminhará à Procuradoria Geral da
República. A previsão é de que retorne ao STF para julgamento da matéria
somente no ano que vem. Se a decisão da liminar for mantida pelos ministros,
todas as provas e documentos coletados e reunidos nos processos serão
considerados nulos. Neste caso, a denúncia do Ministério Público permanece e os
processos voltam a tramitar com outros magistrados.
A reportagem de ON procurou a defesa do advogado Maurício Dal Agnol,
que preferiu não se manifestar a respeito.
Fonte: O NACIONAL
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