Parte 2 - “Ele me ensinou lições de humildade”, diz ex-ajudante

Para o rapaz, a chance de aprendizado se transformou em amizade e exemplo de vida.Para o rapaz, a chance de aprendizado se transformou em amizade e exemplo de vida.

– Ele me ensinou a técnica, pouco conhecida no país, um segredo guardado a sete chaves na composição da massa. Mas, antes de tudo, me ensinou lições de humildade e sabedoria – conta Testa.

O artista falava nove línguas diferentes fluentemente, dominava conhecimentos e técnicas artísticas que haviam tornado célebres grandes mestres, e ainda assim, fugia de jornalistas e da fama. Do alto do andaime em que esculpia e pintava, respondeu ao repórter da RBS TV que buscava entender a sua obra:

– É tão simples que até as crianças conseguem entender, e isto basta.

Aqui e ali, os painéis incluem símbolos e marcas deixadas propositalmente pelo artista. Na Santa Ceia puniu o traidor Judas retirando- lhe a auréola, e acima do sacrário, deixou discretamente a marca de sua etnia, a águia polonesa. No quadro da via sacra que retrata a crucificação de Cristo, simbolizou seus perseguidores, com um punho aberto e outro fechado, lembrando fascismo e nazismo.

Ao término do trabalho que lhe custara seis meses e ao ver que a humildade do artista lhe impedia até de assinar o que havia feito, ao pé da Santa Ceia o ajudante Harrysson Testa grafou ele próprio o nome do mestre, o seu e o do pedreiro que havia trabalhado na construção dos painéis.

Por: Marielise Ferreira

Fonte: Clic RBS Erechim

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