PROJETO RONDON: a experiência da Faculdade IDEAU em uma sala de aula com mais de oito milhões de quilômetros quadrados
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Professor Alexandre e acadêmico Cristiano Luizetto em conversa com produtores Novo Paraíso.. |
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Rondonistas da Faculdade IDEAU de Getúlio Vargas na abertura da
operação em Juazeiro – BA
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Acadêmica Kamila Fernandez Marció ministrando oficina em Itiúba – BA |
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Prof. João Zancanaro e acadêmica Raíssa Marafon Motta com assistida
pelo CAPS, em Itiúba BA. |
O projeto RONDON, coordenado
pelo Ministério da Defesa, é um projeto de integração social que envolve a
participação voluntária de estudantes universitários na busca de soluções que
contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e ampliem
o bem-estar da população. A IDEAU participou com uma equipe atuando no conjunto
de ações voltadas para comunicação, meio ambiente, trabalho, tecnologia e
produção. O grupo foi formado por universitários de Administração, Agronomia,
Ciências Contábeis e Pedagogia, além dos professores Alexandre da Silva (coordenador
do curso de Agronomia e coordenador institucional do Projeto) e João Henrique
Zancanaro (coordenador do Curso de Ciências Contábeis). As ações foram
desenvolvidas em Itiúba-BA e tiveram destaque junto às demais Instituições de
Ensino Superior participantes. Esse destaque culminou com a escolha da
acadêmica de Pedagogia Raíssa Marafon Motta para receber o certificado de
Rondonista representando todos os universitários brasileiros envolvidos. Essa
entrega ocorreu em Petrolina – PE, durante a cerimônia de encerramento da
operação.
De acordo com a acadêmica
Raíssa, a participação no Projeto foi muito mais do que uma lição de vida e de
cidadania – slogan do projeto. “Ele mudou a forma de ver as pessoas e os fatos
que estão ocorrendo ao redor”, pontuou. Isso se deu quando ela pôde vivenciar
uma variedade de emoções na cidade de destino. “A linha de pensamento de
Vygotsky reforça muito o quê penso a respeito de tudo o que passei sendo uma
Rondonista quando o autor escreve que o desenvolvimento do ser humano depende
do ambiente social em que ele vive” – assevera a acadêmica.
Porém, as mudanças de
percepções não se restringiram à Raíssa. Daiana Micheli Perdoncini, acadêmica
de Agronomia, usou uma das trilhas sonoras do projeto para inspirar sua
percepção acerca da atividade, bem como a sua nova postura enquanto estudante e
profissional. “’Minha vida é andar por este país’... É exatamente isto que o
Rondon despertou em mim. Em meio ao turbilhão de sensações, emoções e desafios
vivenciados, aprendi a ver a vida de uma forma diferente, superando os
obstáculos que são colocados diariamente em nossos caminhos e agradecendo ao
que temos. Aprendi a dar valor às pequenas coisas, principalmente às que não
são compradas com dinheiro e sim com um simples gesto de carinho, de amor, com
um sorriso ou com um abraço. Após o Projeto, a vontade é de desbravar novas
fronteiras, buscando novas experiências de vida, conhecendo novas culturas,
novos povos, lugares, deixando de alguma forma um pouco de mim e levando comigo
o que vivenciei, ‘guardando as recordações das terras por onde passei e dos
amigos que lá deixei’”.
O acadêmico de
Administração, Rafael Martini, descreve sua experiência como um momento de
convivência, trabalho, alegria, fraternidade e esperança. “Nele, tive a oportunidade
de vivenciar a realidade do povo nordestino, levando um pouco do meu
conhecimento teórico e trazendo na bagagem muitas lições de vida de cada pessoa
que conheci. Ser Rondonista, para mim, é viver junto, emocionar-se junto,
aprender junto, rir junto. Enfim, uma experiência que ressalta a humanidade da
nossa equipe. Faz com que olhemos para nós mesmos e nos coloquemos no lugar das
pessoas com quem tivemos contato. Apesar de pouco, o tempo que passamos junto
ficará gravado como uma das maiores experiências que já tive em minha vida”.
Conforme a acadêmica de
Ciências Contábeis Gisele Moro Buri, a participação no Projeto foi uma
experiência de “superação das adversidades, onde trocamos a vaidade e o
conforto pela realização pessoal e profissional de construir ideias, sonhos e
sorrisos na vida das pessoas”. A aluna ainda relata a ampliação de sua visão de
Brasil e da sua empatia, pois pôde vivenciar situações extremamente contrárias
as do seu dia-a-dia. “Mudou minha forma de ver a vida, aprendendo a extrair o
melhor de cada situação e concentrando-me no objetivo e não nos obstáculos” –
finaliza a estudante.
Diane Sandri, acadêmica do
curso de Agronomia, relata que a participação no Projeto Rondon foi uma
experiência e tanto! “Foi conhecer outra realidade da nossa aqui do sul.
Aprendi muito com as pessoas que conheci no nordeste. Aprendi a compreender
melhor as pessoas e ver que não podemos reclamar do que a vida nos surpreende.
Uma experiência que nunca vou esquecer, sempre levarei comigo” - ressalta Diane.
Kamila Fernandez Marció,
acadêmica de Administração, escreve que “é impossível falar em Rondon sem falar
em sensibilidade, que fica aguçada ao se deparar com tantas situações que
marcam e tocam nosso modo de perceber a vida e os outros. A participação neste
Projeto, além de uma experiência enriquecedora, foi o que fez eu me sentir
realmente formada. Aprender o que é troca vendo pessoas com tão poucas
condições, mas que tem tanto a dar, tanto carinho, tanta alegria é
transformador, ainda mais podendo dividir tudo isso com pessoas engajadas na
mesma causa”.
A acadêmica de Agronomia
Verena Heloise Silva de Almeida também se inspira em uma das trilhas sonoras do
Projeto para descrever suas emoções e sensações. "’Quando olhei a terra
ardendo, com a fogueira de São João, eu perguntei a Deus do Céu: porque tamanha
judiação?’ No Rondon fui feliz, sofri, chorei, me diverti, fiz grandes amizades
– essas para a vida toda. No Rondon tive a oportunidade de sentir na pele a
angústia e a esperança de uma mãe que desejava ver seus filhos longe daquela
realidade. ‘Travei’ ao ouvir sua pergunta: ‘Moça, será que um dia eles vão sair
daqui?’ É impossível voltar para casa pensando somente no seu futuro. Meu
desejo era assistir todos os que lá encontrei, alcançando seus sonhos e
edificando suas vidas com perspectivas maiores. Meu desejo é o de ver as
crianças e os jovens da Escola Família Agrícola mudando suas realidades, pois
muitas vezes vi em suas faces queimadas pelo sol os mesmos sonhos que um dia
sonhei. No Rondon fiquei intrigada por encontrar respostas e muitas perguntas
também! É impossível não se sentir desconfortável ao perceber a vulnerabilidade
emocional daquelas pessoas, situação esta proveniente de seus problemas e
obstáculos cotidianos e, ao mesmo tempo sentir a alegria espontânea da dança,
dos olhares e dos sorrisos que ignoram qualquer dificuldade. Depois do Rondon
ninguém volta igual!”
O professor João Henrique
Zancanaro define sua experiência como Rondonista da seguinte forma: “foi uma
satisfação presenciar a visão acadêmica transformada em prática social dentro
de uma realidade distinta dos alunos”. O docente ainda ressalta o conhecimento
adquirido com a vivência e a realidade das políticas públicas no nordeste
brasileiro. “Agradeço ao coordenador pela oportunidade e, principalmente, aos
alunos que aceitaram a metodologia de trabalho e formaram um time IDEAU” –
destaca o professor.
“Arrepio!” Assim relata o
professor Alexandre da Silva sobre sua experiência no Projeto Rondon. “Tive
momentos de me arrepiar com o olhar das crianças na cidade de Itiúba.
Arrepiei-me com os pedidos e as falas dos agricultores. Arrepiei-me com as
necessidades e vontades de catadores em pleno lixão. Arrepiei-me com as
vontades cooperativistas aflorando em uma oficina que ministramos. Mas,
principalmente, me arrepia ler o que nossos alunos escreveram e ter ouvido
deles com seus olhos brilhantes a euforia de futuros e jovens profissionais que
estão prontos para o mundo. Como educador e estudante, participo de projetos
como o Rondon desde 2001, porém, coordenar algo tão expressivo foi minha
primeira vez. Tentamos plantar pequenas sementes no sertão baiano e mudar um
pouco daquela realidade, mas saber que transformamos a vida dos nossos alunos,
realiza qualquer profissional da educação”. O professor termina seu relato com
a “certeza de uma formação sólida e comprometida por parte da Faculdade IDEAU –
o que nos permitiu formar a melhor equipe de projeto de extensão com a qual já
trabalhei”.
Texto: Izabel Seehaber
Texto: Izabel Seehaber
Jornalista
- RP: 14470
Departamento de
Comunicação - Faculdade IDEAU
Fotos: Alexandre da Silva
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