Manifestantes vão pela 2ª vez às ruas de Erechim


(Foto: Paola Seibt)
O movimento intitulado ‘Acorda Erechim’ e ‘vem pra rua’ levou mais de 3 mil pessoas para as ruas no final da tarde deste domingo (23). Foram quase duas mil a mais do que na primeira mobilização, realizada na terça-feira (18). De acordo com um dos organizadores e colaboradores dos grupos citados, José Luis Memlak, o movimento atingiu as expectativas. “Em termos de público e de pacifismo. Além disso, outros temas entraram em pauta. Para as próximas atividades os rumos de ontem (domingo) trouxeram mais objetividade e interesses por algumas outras causas. Agora focamos em questões locais e regionais, como por exemplo, a mobilidade urbana e a questão do passe livre estudantil,” explicou.
Manifestantes terminaram a passeata em frente a prefeitura(Fotos: Paola Seibt e Diana Rocha)

Inicialmente o ato realizado no domingo previa manifestações contra a PEC 37, que tira o poder de investigação criminal do Ministério Público, restringindo a atribuição às polícias Civil e Federal. No entanto, o que se viu, através dos cartazes foram outras dezenas de pautas levadas às ruas pelos manifestantes. Muitos disseram não ao ato médico, outros pediram mais investimento na UFFS, Uergs e Instituto Federal que tem unidades em Erechim e região. Reforma política e melhoria nos serviços como saúde, educação, segurança e transporte também integraram a pauta. Outros se mostraram contra o projeto de ‘cura gay’ e o estatuto do nascituro. A questão das demarcações de terras indígenas também foi motivo de protesto, quando um grupo de agricultores de Mato Preto se uniu aos manifestantes.
O ponto de partida e término da mobilização foi a Praça da Bandeira. Depois, os manifestantes seguiram pela Avenida Sete de Setembro até a Uri Campus de Erechim, retornando e seguindo até o viaduto Rubem Berta e uma emissora de TV local. A Brigada Militar acompanhou toda a mobilização e nenhuma ocorrência foi registrada devido à manifestação. O pedido dos organizadores e dos participantes era para que o ato fosse pacífico.
Os grupos organizadores devem se reunir ainda nesta semana para definir os próximos rumos da mobilização. Na noite de domingo foi divulgado que haveria possibilidade de novo movimento na quinta-feira.
Questão da demarcação das terras indígenas também foi motivo de protesto

O intuito do grupo é dar sequência às reivindicações com ações mais concretas. Segundo Memlak, o intuito é organizar comissões para definir uma pauta que será apresentada e discutida em audiências públicas, quando representantes do Executivo e Legislativo, também serão convidados a participar. “Estamos criando comissões dentro dos grupos, que serão formadas por pessoas que possam levar as reivindicações e fazer a fiscalização, tanto daquilo que for reivindicado, quanto do que está já aí,” afirma.

Participaram do ato jovens, crianças, adultos e idosos das mais diversas profissões, de Erechim e região. Uma estudante de 21 anos comentou que foi a primeira vez que participou de um ato destes, e disse que estava orgulhosa de ver tantas pessoas nas ruas. “É a primeira vez que participo e este é um fato inédito, já que minha geração nunca tinha visto isso. Estou protestando contra a corrupção, contra a PEC 37, roubalheira do governo e impostos. Então é uma indignação por um pouco de tudo,” definiu.
Famílias inteiras também foram para as ruas. “Vim pela primeira vez e acho que temos que deixar isso como exemplo para os filhos, precisamos sair do comodismo e assumir uma postura se a gente quer que as coisas sejam diferentes. Eu trouxe meu esposo, meu pai e meus filhos de cinco e sete anos. Estamos aqui em colaboração com todas as reivindicações, mas principalmente pela PEC 37, pois desejamos mais transparência neste país,” revelou uma das manifestantes.

O grupo ainda manifestou apoio ao bombeiro Marcos Fernando Pádua, que segundo a Associação dos Bombeiros do RS, foi punido por publicar uma carta de desabafo nas redes sociais direcionada ao governador Tarso Genro, sobre a tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria.
Fonte: Jornal Bom dia /  Paola Seibt

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