Novos rumos para o cooperativismo

Helio Marchioro,falou sobre melhorar a imagem do cooperativismo (Najaska Martins)
Dirigentes de cooperativas, cooperados e lideranças do Alto Uruguai participaram ontem (13), do 2º Simpósio do Cooperativismo realizado no Campus II da URI Erechim. O evento foi promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), URI Campus de Erechim, Emater/RS-Ascar e União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Rio Grande do Sul (Unicafes).
Logo na abertura do Simpósio, o diretor da Unicafes, Clamir Balen, destacou a necessidade das cooperativas da região se qualificarem. “O cooperativismo tem sido visto com maus olhos, e discuti-lo entre os cooperados para saber como melhorar a atual conjuntura e ver quais pontos precisam ser revistos é uma forma de fazer com que eles tenham orgulho de fazer parte das cooperativas”, disse. Em seguida, o diretor Administrativo da URI, Paulo Roberto Giollo, destacou a importância de poder propiciar momentos de discussão sobre o tema. “Acreditamos que o cooperativismo é importante no desenvolvimento da região tendo grande impacto, por isso, temos prazer em proporcionar aos interessados um debate que contribua significativamente”, destacou.
O primeiro tema discutido foi ministrado por Helio Marchioro, da Federação das Cooperativas Vinícolas (Fecovinho), que falou sobre “Marketing - Melhor imagem do cooperativismo”. Marchioro interagiu com os participantes incentivando-os a refletir sobre a visão que cada um tem sobre as cooperativas, destacando que atualmente, grande parte da sociedade as vê da forma errada, acreditando que não sejam resolutivas ou com problemas. “Na teoria o cooperativismo é visto com bons olhos, porém, na prática deixa a desejar. Nem mesmo os cooperados conseguem passar para quem olha de fora as coisas positivas das cooperativas, e isso, em partes, contribui para a imagem negativa e consequentemente para o insucesso”, destacou. O palestrante também falou do modelo de desenvolvimento econômico, social e ambiental da região que tem a predominância da agricultura familiar com grande número de pessoas atuando nas atividades primárias.
A segunda palestra do Simpósio foi com o professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Alsones Balestrin, que evidenciou o tema “Redes de Cooperação e Intercooperação” com a finalidade de superar o processo de disputa interna nas cooperativas e o fortalecimento das ações de intercooperação entre os diferentes ramos, visando ganhos em eficiência, melhorias na gestão, aumento da competitividade, maximização das estruturas, entre outras, melhorando os produtos e serviços para seus cooperados. Balestrin salientou que a cooperação é a origem das ações e acima de tudo, é uma estratégia que as organizações, empresas de todos os tamanhos tem para buscar os objetivos que não seriam alcançados individualmente. “As causas de sucesso e insucesso das cooperativas precisam ser observadas dos pontos de vista interno e externo para que sejam usados como exemplo ou resolvidos, ao mesmo tempo, em que os cooperados precisam perceber as mudanças para benefício”, disse.
Para o diretor de Cooperativismo da SDR, Gervásio Plucinski, o Simpósio foi um momento de colocar todas as cooperativas juntas para aproximá-las. “Se reuniram cooperados de vários segmentos, como produção, crédito, consumo, saúde entre outros, o que permite que o Alto Uruguai possa discutir, trocar experiências e conceitos a fim de intercooperar, e dessa forma as cooperativas possam contribuir uma com a outra visando o fortalecimento de todos os setores”.
Já o diretor da Cresol Erechim, Carlos Cupercini acredita que o evento permitiu um elo entre as cooperativas da região, levando em conta o papel fundamental que as mesmas possuem no Alto Uruguai. “Trabalhamos a cooperação dentro de cada cooperativa, mas temos dificuldades em trabalhar com as cooperativas parceiras, e essa união é importante para que consigamos abrir a mente bem como chegar mais próximo dos cooperados. O cooperativismo está todo interligado e não nos damos conta do papel que temos e o que realizamos. Acredito que as palestras contribuíram principalmente na questão de como nós, enquanto dirigentes, precisamos agir com os cooperados. Precisamos nos desafiar a novas formas que melhorem nosso trabalho”, destacou.

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