Praça Flores da Cunha - Pinheiro plantado há meio século integra a paisagem


Muda foi plantada por Alcides Mascherin a 50 anos

O quarteirão de 10 mil metros quadrados, onde foi instalado o Marco Zero da colonização iniciada em 1909, abriga o mais conhecido logradouro público da cidade de Getúlio Vargas. A Praça General Flores da Cunha, que até outubro de 1933 se chamava Praça 30 de Abril foi por muitos anos conhecida como a mais bela do RS. E o espaço ladeado pelas Av. Jacob Gremmelmaier e Borges de Medeiros e Ruas Irmão Gabriel Leão e Dr. João Carlos Machado e marcado por muitos fatos e acontecimentos.
Resultado do trabalho de todas as administrações e um grande número de homens, que ao longo das décadas se revezaram no cuidado de seus monumentos, árvores e flores, continua sendo um espaço aprazível. Símbolo do período inicial da colonização, marcado pelo extrativismo e representada no segundo quartel do Brasão do município pela importância econômica, duas araucárias predominam na sua paisagem.

A mais jovem das araucárias, localizada em frente ao Clube Aliança, vai completar cinquenta anos. O responsável pelo seu plantio tinha no ano de 1955 trinta e três anos de idade, e o fato contado até então aos amigos mais próximos, ficará registrado nas páginas deste jornal. Dono de uma memória invejável Alcides Mascherin não mais entra em campo para uma partida de futebol, mas continua a cultivar uma extensa relação de amizades. Na tarde de quarta-feira (10) ele deu uma pausa ao trabalho diário na sua empresa para contar com mais detalhes a história.

O ano de 1965 continua sendo lembrado como o da maior nevasca ocorrida no RS em cem anos. E foi justamente por causa da neve que o protagonista desta matéria precisou interromper sua viagem de retorno a Getúlio Vargas. Como fazia com frequência, o então subprefeito havia estado em Porto Alegre onde entregara documentos em diversas repartições e adquirido peças no comércio para um caminhão da municipalidade.

“Eu gostava de sair de madrugada lá pelas três ou quatro horas”. E prossegue: “naquele tempo a viagem era por Vacaria, passando por Caxias do Sul e outras cidades até chegar à capital”. Recorda que quando dava retornava para casa no mesmo dia. E foi o que aconteceu no dia da nevasca: “a estrada foi interrompida pela neve e precisei passar a noite toda na localidade de Muitos Capões”. Alcides Mascherin relata que na companhia de motoristas que também ficaram parados até a manhã seguinte, passaram o tempo contado causos, comendo pinhão cozido e tomando vinho.

Não se lembra de ter visto antes ou depois uma nevasca tão grande como aquela, mas que logo após o tráfego ser liberado retomou a viagem trazendo algumas bochas de pinhão e uma muda que ganhou do dono do armazém localizado na beira da estrada. Alguns dias depois, quando o assunto ainda era a neve, escolheu o local, preparou a cova e plantou a muda.

Avesso à promoção pessoal não aceitou a sugestão para fazer um registro fotográfico ao lado do pinheiro. Sábio, disse que os mais jovens devem plantar árvores sempre que possível, e que a iniciativa pode no futuro garantir muitas alegrias bem como se transformar numa importante fonte de renda.

Antes de encerrar a agravável conversa com a reportagem, explicou que ocupou o cargo de subprefeito por três anos, atendendo ao pedido do então prefeito Artêmio Grandene. Por fim elogiou o estado da Praça Flores da Cunha, lamentando a falta dos canteiros de flores e das rosas que foram durante muito tempo uma referência.

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