Banco de Sangue fechado desde 23 de dezembro, em discussão na AMAU

Na manhã desta quinta-feira, 7 de janeiro, a sede da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), foi espaço de reunião entre as entidades parceiras do Banco de Sangue de Erechim, lideranças locais e regionais.
 
Reunião aconteceu na sede da AMAU, em Erechim.
Foto: Egídio Lazzarotto
 
Mais de 20 pessoas presentes, representando a Amau, Prefeitura de Erechim, Câmara de Vereadores, 11ª Coordenadoria de Saúde, Fundação Hospitalar Santa Terezinha, Hospital de Caridade, Hospinorte, SIMERS (Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul), Unimed Erechim, representante dos profissionais médicos, Wilmar Spada, Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE), representantes do Banco de Sangue.
O Administrador Judicial Provisório do Banco de Sangue, Jackson Arpini acompanhado do assessor jurídico da entidade Alexandre Lyrio abriu a reunião, explanando os motivos do Banco de Sangue ter fechado as portas e a situação financeira que se encontra. Entregou aos presentes um relatório contendo arrecadações oriundas de campanhas, ações e de atividades que resultaram em mais de R$ 250 mil.
Apresentou as parcerias firmadas com mais de 40 entidades que colaboraram de alguma forma com o momento delicado que atravessava o Banco de sangue, desde pneus, combustível, material de expedientes, entre outros. Também relatou as campanhas que estavam em curso e as prospectadas para este ano de 2016.
Arpini ressaltou que desde julho de 2015 até a presente data foram investidos mais de R$ 233 mil em equipamentos, mobiliários, material de informática entre outros (centrífuga, refrigerada de piso, refrigerador para sangue, freezer para plasma, estabilizadores, todos devidamente contabilizados e incorporados ao patrimônio). O relatório também versa sobre emendas parlamentares, demandas prioritárias para 2016, conquistas alcançadas e próximos desafios (certificado de entidade pública federal e filantropia), além de ter colocado em dia os salários dos funcionários que estavam atrasados, fornecedores atrasados, pagamento do 13º salário e quitação de empréstimos.
Após esta prestação de contas de cinco meses frente a entidade, a discussão maior ficou em torno do que fazer com o fechamento da unidade por parte da Vigilância Sanitária Estadual no dia 23 de dezembro de 2015. Arpini se pronunciou da seguinte forma: “Ou abrimos ou fechamos as portas”. Diante desta colocação todos os representantes de foram unânime optaram pela reabertura do Banco de Sangue, considerando a relevância, a importância do serviço para toda a AMAU.
Foi deliberado após ampla discussão a constituição de um grupo de trabalho composto por todas as entidades participantes para uma reunião junto à secretaria estadual de Saúde e FEPPS (Fundação Estadual de Pesquisa e Produção em Saúde) a ser agendado o mais rápido possível, tendo em vista que o Hemopasso está com sua demanda acima da capacidade resolutiva o que pode colocar em risco vidas, e função da possibilidade de um colapso por falta de sangue, já que passaram atender 171 municípios após o fechamento do serviço de Erechim.
Ficou acordado que o Banco de Sangue continue a realizar as adequações internas apontadas pela Vigilância Sanitária Estadual que culminou com o fechamento, e realize um plano que contemple as necessidades físicas e de recursos humanos para reabrir as portas.
As entidades se comprometeram em ser parceiras na busca de recursos para viabilizar os serviços e que todos os apontamentos sejam sanados primando pela qualidade e agilidade.
Através do diálogo estão sendo construídos caminhos para a reabertura e cada ente com suas responsabilidades.
A reportagem do BV online questionou Jackson Arpini, sobre quanto tempo será necessário para todos esses ajustes. Respondeu que a reunião foi muito profícua que oportunizou construir um juízo comum para a retomada: “Precisamos vencer várias etapas, e independe apenas de nossa vontade, mas faremos o possível para que este prazo seja mais curto possível”.
O presidente da AMAU, Milton Cantele reafirmou que entrará em contato com as prefeituras parceiras da região no sentido de manter as contribuições complementares para o andamento do serviço do Banco de Sangue.
O que motivou essa reunião foi a ação cível pública do Ministério Público em função da contaminação de um paciente com sangue com HIV. A Justiça local negou, porém deferiu a inspeção imediata por parte da Vigilância Sanitária Estadual que esteve em Erechim entre os dias 21 e 23 de dezembro quando fez 12 apontamentos que o Banco de Sangue precisa se adequar para poder reabrir. O MP recorreu da decisão para o Tribunal de Justiça que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Fonte: Boa Vista
Por Rodrigo Finardi e Egídio Lazzarotto.

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