Tufão, o cão mascote do Presídio Estadual de Getúlio Vargas



     Tufão é um cão de raça indefinida, um vira-lata, que mora no Presídio Estadual de Getúlio Vargas. Há cerca de três anos ele foi encontrado, ainda filhote, abandonado junto com outra cachorrinha de mais idade, na beira de uma estrada que liga Getúlio Vargas a Estação. Ao ver aquela cena, Aline Richetti, irmã da administradora do Presídio, Cláudia Richetti Benvenutti, acabou recolhendo os dois cachorros. Como não tinha onde deixar os bichinhos foi providenciado um lar temporário dentro da casa prisional, até que ambos fossem encaminhados para adoção. A cachorrinha maior logo foi adotada, mas o pequeno filhote, de cor marrom, permaneceu no Presídio e, aos poucos, foi conquistando o carinho e a atenção de todos os funcionários e detentos.
     Cláudia contou para a redação do jornal A Folha Regional, que o nome Tufão foi por causa da novela Avenida Brasil, da Rede Globo. “Na época era sucesso na televisão”, disse. Tufão era interpretado pelo ator Murilo Benício, marido da polêmica “Carminha”.
      O tempo foi passando e o filhote se tornou um cão adulto. Ele costumava sair todas as tardes para dar um passeio. E, de acordo com a administradora do Presídio, algo começou a chamar atenção de todos. Toda semana Tufão voltava perfumado e com uma gravata nova. O pessoal do Presídio começou a se perguntar, quem estaria arrumando o cachorro, mas ninguém soube informar.


     Foi então que viram uma publicação na página do facebook de Letícia Santolin, comunicando que o mesmo ia toda semana passear no seu Pet Shop. Segundo Letícia, “quando abrimos o pet, em dezembro de 2013, nas primeiras semanas apareceu um cão, bem gordinho e faceiro, e já veio entrando na loja. Passou à tarde lá. Na hora postei no facebook para saber se tinha dono, senão ia encaminhar para adoção. Demos banho, vermífugo e ele lá, bem faceiro”. Foi então que a Cláudia contatou Letícia para informar que ele morava no Presídio.


      A partir desse momento, Letícia passou a ser a madrinha do “cusco”. Ele recebeu todas as vacinas necessárias e foi castrado. Leti comenta que quase toda semana Tufão dá uma passada no pet, onde toma banho e ganha algumas guloseimas caninas. “Depois que descobrimos que ele morava no Presídio, começamos a levar ele de carro. Eu levo até o Presídio, abro a porta e ele desce latindo para abrirem o portão. Ele vem sozinho, mas para retornar Tufão aguarda uma carona. Uma vez eu estava sem carro e uma cliente da loja se ofereceu para dar carona ao Tufão. Ela abriu a porta do seu automóvel e ele foi bem feliz até o Presídio”, lembra a madrinha do cão.
      Tufão é muito querido dentro do Presídio. Ele adora ficar junto com os detentos que trabalham na horta. Cláudia Richetti conta que “todos os dias quanto chega o horário dos presidiários saírem para ir trabalhar na horta, o Tufão fica esperando na porta. Se o agente penitenciário atrasa alguns minutos para abrir, o cachorro começa a latir e vai ao encontro dele para que a porta seja aberta”. Tufão também gosta de brincar com um pedaço de cobertor ou jogar bola com os apenados.


     Por onde passa, sua alegria contagia a todos. “Tufa”, como é carinhosamente chamado, fez amizade com o dono do açougue que fica perto da casa prisional. Ele sabe o horário da chegada dos caminhões dos fornecedores e só sai de lá quando ganha um ossinho do proprietário.
      Cláudia, sorrindo, relata algumas histórias que as pessoas contam sobre o que o Tufão andava aprontando pela cidade. Ela disse que a dona do food truck de cachorro-quente que ficava ao lado da Faculdade Ideau, falou que o Tufão costuma ficar embaixo do trailer, com uma “cara de sofrido”. Os alunos da Ideau acabavam comprando salsichas e dando para ele comer. O juiz Antônio Luiz Pereira da Rosa também comentou para Cláudia que almoçou com o Tufão.
      Outra lembrança, um tanto curiosa, foi o dia em que a agente penitenciária Alice Richetti, também irmã de Cláudia, estava perto dele e disse: “Tufão! que cheiro ruim, tem que tomar banho”. Ele saiu correndo e voltou de banho tomado.
      Várias pessoas quiseram adotar o Tufão, mas o companheirismo e a amizade criada tornaram Tufão o mascote do Presídio Estadual de Getúlio Vargas. 
     Quem quiser conhecer mais do dia a dia desse simpático cachorro é só acompanhar seu perfil no facebook, buscando por “Tufa Richetti”.

Comentários

  1. Que história bonita. Parabéns Letícia Santolin por cuidar do Tufão

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