Na luta contra a Reforma da Previdência
Comitê Regional em Defesa da Previdência realizou caminhada luminosa pelas ruas de Erechim
Movimentos sociais, sindicatos e demais entidades se reuniram na noite
desta quarta-feira (15), para mobilização do Dia Nacional de Luta Contra a
Reforma da Previdência e em Defesa da Educação. Promovido pelo Comitê Regional
em Defesa da Previdência, o protesto reuniu centenas de pessoas que se
concentraram na Praça Jaime Lago em Erechim.
Após a manifestação de lideranças, os integrantes iniciaram uma
caminhada luminosa pelas ruas da cidade até a Praça da Bandeira. O protesto em
Erechim faz parte de uma mobilização nacional que vem unindo trabalhadores,
estudantes e entidades para sensibilização de lideranças políticas para a não
aprovação da PEC 287/2016 de Reforma da Previdência que tramita no Congresso
Nacional.
O projeto de Reforma da Previdência altera a idade mínima para
aposentadoria, passando para 65 anos tanto para homens quanto para as mulheres
e aumento no tempo de contribuição de 15 para 25 anos. A mudança atinge
diretamente os trabalhadores, tanto do campo como da cidade.
Para os agricultores que contribuíam através do Talão do Produtor por
unidade familiar, com a proposta a contribuição se dará também de forma
individual, colocando em risco a independência e autonomia tanto das famílias
de agricultores quanto das mulheres que poderão ser as mais prejudicadas com a
medida.
Outro ponto visto como um retrocesso social, é a extinção da
aposentadoria especial para os professores, desconsiderando a sua jornada em
casa para preparação das aulas e correção de provas.
Conforme o SUTRAF – AU – Sindicato Unificado dos Trabalhadores da
Agricultura Familiar do Alto Uruguai, a região possui 68.290 aposentados
distribuídos nos 32 municípios da AMAU. “A aposentadoria significa para estas
pessoas a garantia mínima da dignidade e a segurança nos momentos difíceis. A
proposta de Reforma da Previdência preocupa as pessoas, gerando insegurança,
muitos agricultores estão falando em não permanecer no campo se tiverem que
trabalhar até os 65 anos. Nós somos contra a Reforma porque ela acaba com a
Previdência Pública, nenhuma das propostas mexe nos grandes problemas, não
trata da isenção, sonegação e das grandes aposentadorias”, explicou o
coordenador geral do SUTRAF – AU, Douglas Cenci.
A proposta do governo obriga a pessoa a trabalhar até os 65 anos,
acabando com a função social da pensão por morte, mudando a forma de
contribuição dos agricultores, sendo que os trabalhadores urbanos terão de
trabalhar 49 anos para terem direito a aposentadoria integral. Além desses
pontos, há outras medidas que fazem parte do projeto de Reforma da Previdência
que atingirão os direitos dos trabalhadores. A mobilização encerrou com uma
aula pública ministrada pelo mestrando em Ciência Política, Jorge Alfredo
Gimenez Peralta que explicou sobre os motivos da Reforma da Previdência,
Trabalhista e do Ensino Médio e suas ligações. “ Vejo as reformas sob duas
perspectivas, a ideia do desmonte do papel do Estado como indutor do processo
de desenvolvimento econômico e também como garantidor dos direitos sociais, já
que as reformas mexem com essas questões fundamentais. É um discurso
economicista, aonde o estado diz que não deve atuar nem na economia e nem na
garantia dos direitos”, destacou Peralta.
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