Porto Alegre recebe exposição de obras do artista gaúcho Henrique Fhuro

Um dos nomes mais celebrados das artes do Rio Grande do Sul, Henrique Fuhro é tema de uma grande exposição que abre hoje, às 19h, na Sala O Arquipélago do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV - Andradas, 1.223, centro de Porto Alegre.  

Acervo de Paulo Roberto Dalacorte. 


A visitação, gratuita, pode ser feita até 24 de junho deste ano. Conforme o curador, Renato Rosa, as peças fazem parte do acervo particular do colecionador Paulo Dalacorte, de Getúlio Vargas. Denominada Henrique Fuhro, a obra em curso: um recorte na Coleção Dalacorte, a mostra apresenta obras nas diversas técnicas desenvolvidas pelo artista, como gravuras, desenhos, estudos e pinturas, realizadas entre as décadas de 1950 e anos 2000. Artista autodidata, Fuhro faleceu em 2006 e notabilizou-se nacionalmente com passagens em edições da Bienal Internacional de São Paulo, na qual exibiu série de xilogravuras com o personagem que o consagraria, uma figura mascarada, baseada e influenciada pela arte pop norte-americana; histórias em quadrinhos, como as criações de Will Eisner para The Spirit; e do brasileiro Carlos Zéfiro.
 Os esportes são elementos permanentes ao longo da obra do artista. O curador destaca que boa parte das peças é inédita, como a suíte de desenhos e pinturas na qual Fuhro - escapando ao que o consagrou - relê a obra do escultor Antônio Caringi através de seu famoso ícone O Laçador. Este é um ponto alto entre as obras selecionadas, que tornam Dalacorte o maior colecionador privado de obras de Henrique Fuhro. 
Além da figura do mascarado e do gaúcho, também é constante na obra do artista a personagem feminina - ela aparece como beleza idealizada ou objeto de consumo, tornada ícone de venda em comerciais nos meios de comunicação de massas seja televisão, revista ou jornal. Rosa destaca que, ao longo de quase 50 anos de trabalho, a linguagem de Fuhro manteve-se coerente na manipulação de seus personagens, desde as "líricas" ciclistas de fins dos anos 1950, passando pelos esportistas que dominam os anos 1960 a 1980 (como a Suíte Fair-Tênis), distribuídos em técnicas diversas como a xilogravura, o desenho e a pintura. 
A trajetória do artista remonta a 1954, ano que marca sua produção como pintor autodidata. Ainda nos anos 1950, Fuhro dedica-se ao exercício da gravura, especialmente da linoleografia e da xilogravura, com a qual trabalha a partir de 1957. Neste mesmo ano, participa do 9º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa, junto com nomes como Ênio Lippman, Trindade Leal e Vasco Prado. Estudou litografia com Danúbio Gonçalves em 1964. No ano seguinte, realizou sua primeira exposição individual na Galeria Candido Portinari, em Porto Alegre. Em 1967, recebeu o 1º prêmio de gravura no Salão Cidade de Porto Alegre. A partir da década de 1970, Fuhro se dedicou também ao desenho. Faleceu na Capital, aos 68 anos..

Fonte:  Jornal do Comércio, edição de 25 de maio de 2017.  

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