Casos de dengue disparam e voltam a preocupar

Após a flexibilização do uso de máscara em ambientes abertos no Rio Grande do Sul, o alto esquema vacinal completo e o baixo índice de internações, a situação da Covid19 parece estar controlada. Entretanto, um velho conhecido volta a pairar nos anseios do povo gaúcho: o aedes aegypti.

Foto: divulgação

Com os casos de dengue em curva crescente no estado, autoridades sanitárias intensificam os trabalhos de fiscalização e prevenção contra o mosquito. A explosão no número de casos em Porto Alegre, com alta de 934% em 10 dias, preocupa a vigilância, e uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) dá razão a toda preocupação. O levantamento aponta que 31% dos brasileiros acreditam que a doença deixou de existir com a pandemia do coronavírus, e outros 22% dizem que o risco da doença diminuiu. 


Em concordância com a crescente, dados do Ministério da Saúde revelam um aumento de 43,5% nas notificações da doença em todo o país, durante as seis primeiras semanas de 2022 em comparação ao mesmo período no ano anterior.


O mosquito não está aterrorizando somente capitais e grandes centros. No Rio Grande do Sul, 433 dos 487 municípios são considerados infestados, dados que preocupam especialistas. Em todo estado, a cidade com maior número de casos é Rodeio Bonito, distante 200km de Getúlio Vargas. O município com pouco mais de cinco mil habitantes já confirmou mais de 700 casos esse ano, com explosão de casos no último mês. A Prefeitura de Rodeio Bonito decretou situação de emergência.


Em Getúlio Vargas, um caso foi confirmado este ano. Trata-se de um paciente do sexo masculino, com idade entre 60 e 70 anos, que estava em viagem ao Tocantins. Em 2022 sete casos foram notificados pela Secretaria de Saúde, e a crescente se mostra em evidência: desses sete, cinco deles foram captados no último mês. Atualmente quatro casos estão em investigação pela Secretaria, todos do sexo masculino, com idades entre 15 e 60 anos. Um paciente testou negativo no dia 22 de março. No município, agentes de combate a endemias prestam serviços de prevenção em pontos estratégicos, como em ferro velho, cemitério e depósitos, assim como agem em áreas próximas aos casos notificados. No ano passado, 27 casos foram analisados, dentre estes, 11 confirmados. 


Na região, a Secretaria de Saúde de Estação notificou um caso de dengue ainda em janeiro, porém o paciente chegou já infectado na cidade, não sendo um caso autóctone, termo para denominar infecções dentro do município. 


Ainda em agosto de 2021, em reunião da Cop26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) havia o alerta de que mudanças e previsões climáticas para este ano abririam brechas para a proliferação de mosquitos, e com isso, suas doenças. 


Para frear a proliferação do aedes aegypti, a melhor estratégia é a prevenção. O combate direto ao vetor é uma tarefa simples e pode ser realizada por qualquer um, conferindo os focos de reprodução do mosquito: água parada. Cuidar principalmente vasos de plantas, garrafas, baldes, caixas d’água, pneus, e qualquer outro objeto que possa captar e acumular água. A dedetização com o uso de larvicidas também é uma forma de combate. 


A Secretaria de Saúde orienta que em caso de sintomas, procure a UBS para notificação prévia, ficando a cargo do órgão responsável a dedetização do local próximo do paciente. É importante que a notificação seja feita até sete dias do início dos sintomas, tanto por questões de saúde do paciente, como de erradicação dos focos.

Foto: divulgação



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